quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Baldio sentimento


Você deveria estar
Mas vive
Não digo o que as horas gritam
Prefiro o âmbar dos sabores
Morrisey me dita
A alma não se agita.
Da claridade somos órfãos.
Emprego as cores nesta obra
E construo lentamente meu imaginário.
Teu corpo nu. Nu.
Espero nomeando os minutos
Apelidando as horas.
Um divã numa xícara
É a cafeína que me confesso
Deixas-me do avesso
E a espera peço: -Ande, ande

Uma cidade para quem dorme.
Que deserta me sussurra mentiras
Da ausência da luz
Lembro a fluorescência do teu olhar
E a demência de meu amor
Baldio meu coração,
Pede tua ocupação

sábado, 15 de agosto de 2009

Dias de asfalto



Diga adeus para me receber
Morra para ver o sol
Desfrute o fruto louco das palavras não ditas
Tudo é total
Que meu governo seja um dorso nu
Quando escrever amor
Usarei cartas aladas
Chamadas palavras
Quando falar de dor
Falo de minha época
Onde janelas não pedem portas
Pois sentido é só ficção
Paro de escrever.
Os celulares raivosos me impedem
E os olhares de fome
Miram o salário que a fome não quer
Minha cor de asfalto
Não mostra, mas meu desgosto é uma rodovia.
Toda via me desvia deste mundo
Carrancudo sigo
E tudo que olho me desligo
Adeus adeus.