Era uma vez uma terra chamada Prasil, lugar onde o bom povo
adveio de muitos ancestrais, miscigenando-os. Lá tudo se plantando da e esta
abundância fez crescer também os espertos de plantão. Para combater tal praga
que corroía o povo e entristecia seu semblante, criou-se os superiores, e
divinos Juízes.
Dizem que este papo não era bem assim, deviam apenas fazer
cumprir as regras, mas com o tempo seus poderes contaminaram seus juízos e de
porta-vozes de regras e leis passaram a condenadores lentos e confusos. Os do
norte liam de ponta cabeça o que os do sul escreviam de lado. Outros do
juramento se esqueciam e se achavam extraterrestres, acima da estratosfera e
das leis que lidavam.
Dizem que seu sangue era psicodélico multicolorido, mas suas
roupas eram pretas como a morte, pois assim a ela se assemelhavam, ou seja,
lentos progressivos e fatais.
De Tv e mídia adoravam, pois só julgavam com destreza casos
de vulto, que envolviam pessoas públicas, já o caso dos proletários, a gaveta
era sua cova.
Raffaello Sanzio The Judgment of Solomon |
Em seus devaneios criaram até uma língua nova, chio de fru
frus e palavras malucas, seus críticos diziam que era uma escrita proposital
para separar os mortais de sua sapiência dos reles mortais.
Envoltos em papeis mil, a todos julgavam e em seus cursos de
formação os noviços e possíveis juízes, chamados advogados, aprendem no
primeiro dia de aula a se verem com a nata de uma sociedade bronca.
Reza lenda que em uma cidade do Sul chamada Camapuã um grupo
de bombeiros acionou seu empregador nesta justiça, reclamando o certo, um
destes heróis do fogo, para o além já partiu na espera da decisão de um tal juiz
chamado Luiz Tatávio Brega Chuchu.
E como esta muitas outras lendas aconteciam, desafiando o
tempo.
Por fim, o povo sofrido esperava cifras e heróis para um
final feliz poder escrever.
Arte: Raffaello Sanzio The Judgment of Solomon