domingo, 18 de abril de 2010

Gaveta investível




Tenho em uma gaveta calças.



Falo gaveta no sentido mais guardado da palavra.


Fechadas estão limpas, limpas.


Ou estariam mofadas?


Eu não sei


Estão lá em repouso


Pois meu corpo em outras cabe


Não mais nestas.

 
Pela gaveta não há frestas


Fechada


O colorido fechado


E minha boca aberta


O que entra me impede de abrir


Renascer aquelas calças


Não entra minha mão


Não entra

 
Engendra barreiras


O que não controlo


Não bolo solução


Para entrar na gaveta


Azul preta ou violeta


Que cores tinham


Que dor violenta


De não poder por vontade própria





Vestir


Não posso.


Não posso.


Não posso.






2 comentários:

  1. imagem irreal...um desejo?
    preso na gaveta!!!
    não podes? por que?
    Que dor violenta
    De não poder por vontade própria.por vontade própria..

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  2. Poesia é um mundo paralelo ao amarelo e verde mundo dos versos, que nada tem a ver com a bandeira do brasil, pois, se tivesse, nao seria poesia, nem mundo paralelo, seria uma tarde vazia, como um prego sem martelo.

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