sexta-feira, 14 de maio de 2010

Debute cego

Disseram que o Agulha tem de tudo naquela cela, mpsei lá o que, ventilador de teto, falaram que TV de plasma vai chegar um dia, já pensou aquele merda do Agulha vendo a copa numa TV destas fininha?! Mas é o patrão né, os omi? , Bom, quanto será que ele ta pagando pra eles? Na verdade só quero sair daqui desta merda, fedida com estes loco, não sou bandido, mas to ai me ferrei , que merda.
O puto do Coelho peidando feito um porco, e o Zé Boleta, roncando feito um trator, não me deixam dormir, hoje foi eu, o Calinhos ontem, sempre tem um neste caixão que não consegue dormir.
Já pensou o café da manhã dele? Passadinho na hora, mas sem ser na meia, no papelzinho, cacetinho, manteiga leite, doce, requeijão.


Requeijão.

Agora que me lembro.
Foi na casa do playboy do Diogo Carré, foi, acho que a primiera vez que fiquei chapado de erva, a coisa até então, nem dava brilho, era só para aparecer, não ficar de fora, lembro que a casa dele era grande, tu entrava, era uma sala gigante acoplada com a cozinha, tinha até aqueles troço encima do fogão, a esquerda tinha um escada que dava para os quartos, o do Diogo era sem porta dava para ver toda a casa lá de cima ele já tinha até computador. O dos pais dele tinha porta, era mais escondido, mas pelo que me lembro dava para frente, com sacada e tudo.
Eles tinha uma mesinha só para os controles, vê se pode, coisa de boy, me lembro que tava com o Bi, ele que fez a mão do fumo, daí sabe quem busca, tem o direito de fecha a coisa e acender, isso é lei e não se discuti, mas eu tinha o papel, então era o segundo, o troxa do Diogo vinha depois.
Fumamo, a coisa era boa, o Bi tinha arrego com o Jão da boca dos Munaia, sempre conseguia coisa boa, sem semente, resumindo, que não fosse palha.
Daí, depois que ficamo mugrado quietos no sofasão da sala do pai do Diogo, sei lá que ele falou que caimo encima dele, bom guri novo né, debochamos dele até disser chega, na verdade eu também era guri novo , só que não era Playboy e ficava de boca calada, só olhando só no bico, tava com dor de barriga de tanto rir da cara do troxa, foi ai que deu fome, já tinha passado um tempo que acabou a coisa, ficou só a ponta, que o Bi deu um jeito de sumir é claro.
O Diogo disse que tinha iogurte na geladeira loco para trocar de papo, ofereceu pra nós.
Já na mesa, eu pequei ligeiro um pão, e dei uma risada dizendo_ Já era! Falei ainda _ Ta e ai Playboy não tem nada pra mistura no pão, vai me oferecer pão seco?
O Diogo foi na geladeira, que era grande, e me lançou um vidro de requeijão. Selado.
Abri, com uma colher coloquei no pão, de forma que o que coloquei na boca tivesse mais requeijão que pão, escorreu pelos dedos.
O merdinha ficou furioso depois, porque eu tinha limpado o pote, eu pensei é playboy mesmo que se foda ele. Não me lembro de ter ido à casa dele de novo.
Depois eu sempre queria comer ou tomar alguma coisa boa depois de fuma, ou cherar, é acho que foi ai que começou essa minha tara.
Foi ai que começou.

2 comentários:

  1. Ora aqui algo que me agradou, muito!
    Tem um estilo próprio, muito próprio de dar a conher o que lhe vai no íntimo.
    Voltarei seguramente

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  2. impactante...
    um começo de algo maior??

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