sábado, 3 de julho de 2010

Papel pele



Vai rasga minha pele
Me fere
Usa unha como objeto
Refaz este afeto
Já não temos teto
Usa esta unha
De mil alcunha
Me chamas
Escreve nas curvas
Com palavras turvas
Sulca
Este poema carmim
Feito de mim
Embaixo da tua unha

Me parta
Dilacera como vocifera
Fera farta
Que subjugo
Não vendo não alugo
Esta gota de sangue
Feito tinta viva
Ébrio aderiva
Neste agora mar de sangue
E lençóis gigantes
Escreve esta história torpe
Risca minha costa
E rabisca a moral
Este contrato de nós
Sem testemunha ou ética
de frenética luxuria sofre

escreve
na verve
do meu corpo
com tuas unhas
feito canetas
e minha pele
papel

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