quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Ao contrário das nuvens que confudimos com a fumaça da alienação, estou escrevendo mais, mostrando a cara. Por convite do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Camaquã agora tenho uma coluna mensal no jornal deste sindicato. Logo reproduzo aqui tais textos sobre temas diversos. Boa leitura.

Crise não rima com cultura e arte.
Em tempos de crise, palavra inventada, todos se voltam seus olhos para as suas necessidades mais básicas, vejamos: Alimentação, saúde, segurança, infraestrutura, e timidamente educação, mas poucos lembram que a cultura também é alvo dos dardos venenosos de uma crise.
Parte fundamental da construção de um homem crítico e atuante no espaço e no tempo, a cultura e a arte como um todo, tem sim sido relegada aos cantos das iniciativas públicas. Seria culpa do quadro ou da moldura, renderia uma boa discussão.
Mas a verdade é que a opinião pública não se lembra de músicos, artesãos, artistas plásticos, escritores e produtores quando uma recessão atinge nosso país.
Vou mais além, no mar do individualismo on-line ocidental, nos afogamos muitas vezes em nossa falta de sensibilidade, alvo muito perseguido por artistas de todo o tempo.
Então se não sabemos apreciar cultura em mares mais calmos, como agora prestigia-la? Deveríamos ir mais a teatros e ver representada nossa pequenez ao desvalorizar um bom livro ou uma banda local.
Nossa vida não depende da arte, mas ela nos ajuda a viver, e a olhar um mar que muitas vezes é maior que nossa visão.
Lembrei-me de um comentário de um músico camaquense, ao ser convidado para tocar de forma gratuita:
_ Amigo veja, o pipoqueiro ganhará com meu show, o dono da sonorização ganhará, o taxista, ganhará, o gari ganhará, todo mundo lucrará, por que eu tenho que mostrar minha arte que é o cerne do evento de graça?
É hora de vermos o artista como ser integrante de nossa comunidade e não com um extraterrestre que não paga contas, não vive e não sonha, temos que ver a cultura também como uma forma de mercado, solidária muitas vezes, mas mesmo assim um mercado.
Que comecemos por aqui, em nossa cidade, prestigie Shows locais, o teatro local, e toda nossa gama de notáveis.

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