Filho do meu
sangue espalhado
Que não
desfaleça teu olhar brilhante
Lamente as
horas perdidas em sono acordado
Pois o mundo
é mudo aos que não gritam
Veja a noite
com olhar dos épicos
Na minha
senilidade repousa tua lanterna eterna
Mas me
perdoe a falta de foco.
Que não
desfaleça teu olhar brilhante
Visões são a
herança que te oferto
Se me
negares morro no deserto
Refugue a
cor que se esvai
Lembre das
palavras do vento
E do
semblante de teu pai
Para que teu
caminho não seja um lamento.
Que não
desfaleça teu olhar brilhante
Toque as
pedras e as flores e conheça deus
Não Cristo, Oxalá,
Buda, Jeová ou Zeus
Mas aquele
que por anônimo se engrandece.
Estude além
das letras que se embaralham
E jogue a
cartada da relevância.
Ser impar
vale mais que teu nome
E toque o
céu sem dor ou ânsia
Escreve tuas
iniciais na terra
E use o
carvão de teus erros.
Que não
desfaleça teu olhar brilhante
Esmalte a
verdade e a venda como rocha
Tema as
maquinas que servem os homens
Não os
homens.
Que não
desfaleça teu olhar brilhante
Lamente as
horas de sono acordado
Não tenha
sonhos ancorados
Seja pequeno
mesmo que gigante.
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