terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cão que grita




Grita
Monta aflita fala
Solta verbo inculto
Em tua mão rasga a cultura
Fura crua e dura a alma
Grita
Frita sem sabor teu fel
Mas escreve mel?
Nulo
Fulo
Multa a benesse do poema
E te emblema como embaixador
Vil declamador.
Canastro canhestro
Nulo
Fulo
Dita e grita
Rebaixa o ambiente com torpor
E odor etílico
És bélico
Sintético e cético fico
Que poema de sobra cria?
Varia na sobra dos mortos
Luminosidades tortas
Merece uma torta
Caro Nulo
Páginas tuas de um bar
Sem azul, verde ou âmbar
Opaco
Fraco tu que grita e briga
Cão de bar
Cão e bar
Cão bar
Porque não te calas?

Alceu Amaral

Em homenagem ao Cão

2 comentários:

  1. Parabéns caro Poeta! Como sempre inovando em tuas poesias. Crescendo cada vez mais. Abraço

    Amiga Carmen

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