sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Tijolo intruso





Sentiu a brisa, era primavera, mas o dia nublado mentia esta realidade, parou seu fluxo vibrante de afazeres, afinal tinha à pouco casado.
Pequenos detalhes que juntos fortificavam seu olhar cansado, mas não era só esta cor que a Íris possuía, uma alegria contida como que resguardada, um farol baixo pronto para ser alto, era assim seu olhar.
Via o movimentar das roupas no varal, a tarde era madura, como a grama que havia plantado.
Não tinha companhia. Estava só, sua mulher trabalhava, resolveu soltar o que estava preso naquela pia de cozinha, era mais que um pano de pratos. O fogão brilhava, repousava na mesa uma ordem quase geométrica, andou lentamente sem sentir que andava , chegou até a porta e foi tomado daquela luz tensa que só um dia nublado pode dar. A brisa era uma turista, vinha quando queria motivando seus pensamentos, entrando e embaralhando o que na mente fervia
Olhou ao redor era sua casa! Era tudo seu.
Depois que sua cabeça, feito o planeta parou a rotação, se firmou naquela grama, que ele colocou, sua cor era como um símbolo do que as pessoas desejavam para o casal, densamente verde, foram muitos votos.
Pensou quantos seres habitavam naquele jardim, sustentados pela grama, pelo verde, quantos universos quantas vontades em comunhão, em ordem, não numérica, pois números é coisa de seres humanos,mas um certo respeito uma hierarquia, seus olhos agora eram câmeras de cinema espiando com a imaginação onde não pode a certeza construir ideais .
Pensou também nas folhas da grama, deveriam ser tristes, pois as árvores as perdem pelo ciclo da vida, ou seja, caem por caírem, mas a grama não, ela é cortada impedida, por nós! A grama era um roqueiro que não podia alongar seus cabelos, era triste.
A lente de seu olhar se retraiu como de uma câmera, percebeu um tijolo intruso naquela paisagem tão bela, tão sua. O tijolo, o tijolo. Estava suando agora, coçou a orelha sentiu um dor antiga no pé, olhou para esquerda olhou para direita, foi saciar um cede repentina, tomou a água na torneira mesmo rapidamente afoitamente.
Voltou a ficar sob a porta, o tijolo ali inteiro, rosado, chamativo, ele tinha que sair dali.
Colocou suas pernas a serviço da procura de um martelo, sim só um martelo retiraria aquela anomalia de seu belo jardim, sedento o achou.
Pisou no terreno fofo do jardim sem perceber, só via o tijolo e o tijolo de agora em diante só veria a selvagem movimentação de um corpo, o braço e o martelo eram agora um só corpo.
Que batia , trincava que fazia hiatos, que amassava, quebrava, triturava.
Com uma pá sob seu poder juntou os cacos enfarinhados do que um dia foi um tijolo, e os colocou na rua bem longe de sua casa e de sua grama verde e uniforme.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Rumos



Rumos
Fantasias
Tu fazias
Sendo eu
Não éramos
Humos??
Terra
Pisamos
Um caminho
Amassamos
O que plantamos
Fechados.
Rumos
Agora
Soturnos
Pecados
Separados
Adeus
Adeus.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Futuro do País


A manhã era vivente, sorridente previa um dia repleto de luz, mas não confundi este estado inicial com felicidade ou algo do gênero apenas um turbilhão de tudo que pode acontecer em um dia me tomava com esperança rara.
O café ressaltava um raio de sol que perdido transitava na fresta da janela, tomar banho, estava fresco, pensei em agasalho, exagero, me veio assaltar a idéia, o café esfriava enquanto juntava meus acessórios que montavam um rito todo meu, por morar sozinho era respeitado e mantido, uma vez que outra ameaçado por umas doses a mais na madrugada, mas esta estática rotina me dava o aval para a loucura. O trabalho não distante de casa facilitava meus lençóis de farras e atrasos, por mais que queimado eu sempre não era notado como o mais atrasado.
A chave, o fechar da janela acima do fogão, desligar o rádio que me colocava entre a irritação e as notícias do mundo, escurecer a casa, a cada passo decidido em direção a rua, um ato de segurança que era celeiro para minhas divagações matutinas, na maioria das vezes sob a tormenta do mau humor. Escovar os dentes, direita esquerda língua fundos, o espelho rápido e pequeno estacionar o olhar... Ligar o alarme.
A porta percebe minha euforia o sol me recebe, a rua abre seus braços, somente o portão é o obstáculo, é estranho lembrar-se de Carruagens de Fogo numa hora destas...
A calçada mostra traços que a madrugada deixou: um odor de cerveja derramada, logo na frente da minha casa! Bem talvez tenha sido eu! Impossível não rir. A padaria da esquina consegue dar eco a sua produção de pães, mas meu regime já começou! E devo resistir. Começa o inevitável acenar para os vizinhos e conhecidos de alvorecer, pessoas que saem pela manhã para trabalhar e contribuem para que este país ande, eu não sei bem para onde, mas que ele esta andando esta.
Por falar em pais à medida que troco de calçada me lembrei da professora Josefa, era uma entusiasta do Brasil. Volta e meia estava discutindo formulas para o desenvolvimento da nação dentro da sala de aula, afim que todos opinassem e contribuíssem pelo menos na utópica construção de uma consciência coletiva nacional coerente e com garra, e que nós fossemos esta consciência, bem eu só fui entender este detalhe anos depois, mas tudo bem, talvez porque tenha começado a ouvir Punk Hard core, nesta mesma época e este drinque de pensamento critico sobre os tapetes da nação com suas vassouras corruptas era o sinal vermelho de um povo inteiro, grande professora, por qual esquina deve andar? Ela tinha uma frase que vociferava em momentos de grande excitação, seja para amplificar nosso senso de disciplina ou dentro de uma discussão quente sobre política dizia com fervor que nós éramos o futuro da nação,
_É o futuro da nação! Daí partiam todo o tipo de assunto articulado da forma que ela queria e nós entendíamos.
Tempo bom que eu não tinha que questionar estes sapatos e esta calça e calçadas eram membros do meu corpo imaginário em que o mundo era o destino de um andarilho que não era eu, mas que me espelhava com veemência, é como se tocasse este projeto sentindo as valetas de minhas impressões festejarem a lembrança e cada loucura que fiz assim já não poderia ser denominada, pois era o alicerce do que sou agora.
Mas uma nuvem pequena e burguesa acende o farol dos confortos das coca-colas almofadadas em frente a enlatados televisivos de segunda vendido para mim como clássico confundindo minhas memórias de fraternidade plantadas por mãos católicas e bem intencionadas.
Resumindo. O que eu daria por estar neste carro dirigindo, sem ter que escutar estes funks sem rosto. -O futuro da nação!
Já estou a três quadras, o futuro da nação esta indo trabalhar na repartição.
De repente.
Eles dobraram a esquina, eles tomaram a calçada, a mãe enorme quase o dobro de mim amparava sua barriga juntamente com os peitos caídos cansados de muito dar leite para os sete filhos que ali estavam galgando passos e disputando sua atenção. Vi de longe que ela vestia a camiseta promocional de algum político com o sorriso falante, diminui o passo.
A menina da ponta, já não consigo saber se era a do meio ou sei lá o que conduzia um outro menor com uma camisa que servia de segurança para um bico que carcomido deve ter servido para os outros, já quase criando vida fazendo parte da família, de pé descalços, o da esquerda era o maior pelo menos em estatura se vestia ou tentava como um raper, mas duvido que tivesse mais que oito anos suas canelas se perdiam na bermuda larga e desbotada, carregava uma sacola descomunal com roupas coloridas, à medida que me aproximava, uma das mais magras também aproximava o ranho negro capturado no nariz para a boca, ela tinha olhos grandes ao contrário de todos os demais e da mãe também, vi que era a mais clara entre a turba de enxovalhamento que tomou conta do que entendia como família, sim era uma família
Eu só conseguia me lembrar selvagemente de uma frase: O futuro do país, o futuro do país.
Na idade de um daqueles pobres eu ouvia a professora falar que era o futuro do pais, eu era e não sabia, eu agora não podia passar obstruído parei o andar, o futuro do pais não me deixou passar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


Muito bem estou abrindo uma janela nova , trocando os temas para poder divulgar uma outra atividade minha que a realização deste festival o I Rural Rock Festival que será dia 9/10 convido a todos que prestigiem . Obrigado

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Espelho Espinha


A manhã iniciada, a cama em desalinho o relógio foi desligado pela mãe que apresada desde o primeiro passo já entrava no banho, era uma cãs simples, mas confortável em um bairro de classe média da cidade.
A preguiça do garoto de 15 anos era latente e o impossibilitava de saborear o sol que tocava as nuvens, mas não a sua casa, olhou pára a mochila previamente pronta desde sexta, lá ela tinha sido aposentada, e despertaria com um simples olhar de segunda. Sim segunda para ele tinha olhar bafo e fedor, um derrubar de utensílios de toalete o despertara para fora desta reflexão letárgica, era hora já.
Sua mãe o lembrava que era hora de acordar.
Moveu-se lentamente estendendo os braços em um espreguiçar lento, depois que sentiu frio tentou aconchegar os baços esfregando-os, ouviu a chaleira ferver e o aroma do café seduzia não só quem estivesse na cozinha, mas todos.
Em fim entrou no banheiro urinou, coçou a cabeça, bocejou, e olhou para o Box a fim de tomar seu banho, enquanto isso sua mãe colocou meio corpo para dentro do banheiro e falou.
_ Hoje irei me atrasar para te apanhar na saída da escola.
E ela continuou, explicando os motivos de seu possível atraso já que tinha ouvido o recado principal, já não estava prestando a atenção cem por cento, e sabia disto, mas lembrar que a Julinha estaria de volta na aula hoje era muito melhor. Começou a imaginar seu cabelo voando por causa dos movimentos no vôlei, lembrou que ela poderia vir com aquela blusinha rosa decotada provocando todos seus poros como da ultima vez que a viu, foi mais alem pensou nela como algo mais, pensou em beijá-la no recreio.
Sentiu algo crescer e cresceu, mas já não dava mias tempo sua mãe batia a porta.
Deu atenção para ela, pois o sol era partidário de seus avisos já batia na janela do banheiro tinha que sair do banho e terminar sua higiene na pia e depois comer algo o bom e velho café da manhã.
Pegou a toalha e secou-se já com destreza mil menos no rosto onde se lembrara que as espinhas eram uma coisa ruim e que o atormentava várias vezes e que deixava seu rosto sensível então apenas apertou a toalha já umedecida no rosto várias vezes lentamente.
Lembrou da festa do Leo que não quis ir melhor não pode ir por causa do daquela espinha astronômica na ponta do nariz o que as gurias da frente iriam dizer e o João aquele arriado sentiu-se mal queria ter ido sentiu-se dividido e bravo.
Num movimento automático foi ao espelho olhar as malditas espinhas, já com a mão subindo ao rosto a surpresa.
Olhou firmemente para o espelho, tinha algo errado com ele pensou que Ra com seu rosto, mas um olhar firme e concentrado mostrou que o havia algo de errado com ele um volume em forma arredondada distorcia a imagem.
Foi correndo para o espelho da sala, olhar nada o estranho fenômeno acontecia somente no espelho do banheiro correu de volta, via seu semblante transtornado, mas não entendia, tocou sentiu , era como se o espelho estivesse vivo, como se o espelho tivesse uma espinha.
Chamou a mãe, que veio correndo e brava, pois o atraso já era grande
Diante do olhar assustado de Pedro a mãe piscava esfregando os olhos mas não conseguia falar , levou a mão no que o garoto chamou de espinha do espelho, sentiu a superfície incomum,e deu uma passo rápido para trás.
Agora estavam todos ali parados paralisados como imagens presas a uma só forma sem movimento realmente parados na frente de um estranho espelho.
Naquele dia não saíram não foram trabalhar ou na escola, não foram alugar algum ali ficaram

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Escravo da esquina



O apito, instrumento de trabalho gota no mar do caos. A cidade, sua mesa e pão, não pensava assim, mas sabia sentir assim . Carros, carros, ele para fiscalizar ou tentar dizer que fiscaliza, até dar a hora de sair, abortar o nascimento do explosivo vai e vem motorizado.
Tem vai e vem até mesmo na minha vida. Pensa, lembrando de quantas vezes pediu, até por escrito, um colega para lhe dividir o gás carbônico da esquina desta rua com o nome apagado na placa. Sentia-se apagado também, ali sozinho com o vento, não do entardecer romântico que via estampado nos agir dos alunos saindo do colégio em direção a liberdade, mas sim um vento estrupante dos carros e motos anônimos.
O apito._ É tarde, hoje ninguém me pediu informações.
O apito. É hora de guardá-lo assim calado.
É hora de ir.
Ir.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pátria pirada




Pira da pátria
Pira a pátria
Parida de uma pira
De outros
Pirados
Irados

Tira da pátria
O que te ira
O que te pira

Mira
Gira o olhar
Nela tudo é gíria

Crema na pira
O brasileiro dilema
Que me pira
Esta pira sem lira

Pátria Que me pira

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Baldio sentimento


Você deveria estar
Mas vive
Não digo o que as horas gritam
Prefiro o âmbar dos sabores
Morrisey me dita
A alma não se agita.
Da claridade somos órfãos.
Emprego as cores nesta obra
E construo lentamente meu imaginário.
Teu corpo nu. Nu.
Espero nomeando os minutos
Apelidando as horas.
Um divã numa xícara
É a cafeína que me confesso
Deixas-me do avesso
E a espera peço: -Ande, ande

Uma cidade para quem dorme.
Que deserta me sussurra mentiras
Da ausência da luz
Lembro a fluorescência do teu olhar
E a demência de meu amor
Baldio meu coração,
Pede tua ocupação

sábado, 15 de agosto de 2009

Dias de asfalto



Diga adeus para me receber
Morra para ver o sol
Desfrute o fruto louco das palavras não ditas
Tudo é total
Que meu governo seja um dorso nu
Quando escrever amor
Usarei cartas aladas
Chamadas palavras
Quando falar de dor
Falo de minha época
Onde janelas não pedem portas
Pois sentido é só ficção
Paro de escrever.
Os celulares raivosos me impedem
E os olhares de fome
Miram o salário que a fome não quer
Minha cor de asfalto
Não mostra, mas meu desgosto é uma rodovia.
Toda via me desvia deste mundo
Carrancudo sigo
E tudo que olho me desligo
Adeus adeus.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eu plebeu


Maldita a parte
Do eu
Que me faz ser
Plebeu

Maldita a parte
Que inveja
O rei que não sou

Palpita e lateja
O coração envolto
Neste breu

domingo, 19 de julho de 2009

Olhar de menino



Sentava sempre que podia, ali ficava sem do tempo querer saber. Era uma laje a beira da avenida que combinava com os dias, ora frios ora violentos.
Era a laje, um bueiro que misteriosamente não cheirava, se esquecia que era um bueiro, era mais.
Um carro prateado devagar, um caminhão a toda, aqueles olhos a perseguir, o cabelo desleixado, a sentir a cabeça longe do pescoço.
Outro dia e mais outro, até desconfiava que a qualquer hora fosse descoberto, não poderia enganar o padrasto assim tão fácil, daí seria um problemão, um problemão, lembrou que tinha bunda e que ela era sensível. Da outra vez que lembrou dela ficou se lembrando uma semana toda.
Por lembrar do tempo, lembrou-se do acidente do mês passado o Escort conversível que derrubou o poste, o cara era chamado de Apache, levantou os dois ombros e se perguntou sussurrando _Porque será? Pensou que poderia ter um apelido também.
Resolveu ir ver se na grama, perto do fio da avenida havia alguma ferragem ou pedaço do carro batido. Levantou quase, automático, seguiu a trilha que as bicicletas escreviam no barro, olhou para os dois lados, _ Cuidado ao atravessar a avenida. Ecoou anônimo em sua idéia a frase.
Atravessou correndo, com olhos vivos procurava o que significaria morte, mas não para ele, ali tão ligado a avenida e seu movimento, seu vai e vêm constante, sem nomes sem rostos, só carros ônibus, caminhonetes caminhões.
Levou a mão no mato rasteiro, nada. Com a cabeça baixa correu com os olhos também aquela área, olhou o poste novo recolocado no outro dia do acidente, começou a procurar agora, com o pé, mas já sem vontade. Deixou-se levar pelo chamado que os carros vaziam deslocando o ar, olhou para a avenida, olhou para os lados. Parou
Quando olhou a sua esquerda, encontrou no mesmo nível da estreita avenida, com cara de rodovia, uma casa velha e seu dono tão velho quanto, que olhava sentado a beira da avenida ao movimento, tinha os olhos perseguidores, acompanhava os carros como que por intuição, o velho tinha várias roupas no corpo, uma por cima da outra, não reparou mais na casa, somente no velho, sua determinação, em acompanhar o mexer da avenida, sua fraqueza, seu estado ali paralítico. Depois já não reparou no velho como um todo, mas sim em seus olhos negros, tão vazios, como era para ele os rostos que via nos ônibus e nos carros. Mas eram olhos negros, negros como a morte.
Sentiu a mão adormecer no poste, a retirou se vou ali, virou-se para os dois lados lentamente como que acordando, atravessou. O sol voltou, estava ausente escondido, rumou para casa, naquela hora queria ter um carro para voltar, queria ser rápido, já não queria ficar ali sentado.
Aquela foi a ultima visita à laje na beira da avenida na boca da sua rua

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Calçada Carnal





Eles vinham, em sentido opostos, como opostos eram suas roupas, vinham com olhares perdidos dispostos em acolás, eles eram.
Ela torpe por diferenciar-se no vestir, a saia negra que o vento movia com fluidez, traçando assim a expansão daquela face dolorida. As mãos cheias de livros mais indesejados que imaginados, misturados com canetas cansadas em uma pasta rabiscada. Assim bem rente ao que nela se forma a cada dia , no peito que se abre bem mais à cada noite. Se os longos fios falassem saberia todos que conflitos vertem pelas raízes e que lá ainda são naturais, já que as pontas combinam com o vestido, com a blusa, com o tênis, com os olhos e os olhares.
Ele firme por querer igular-se no flertar com o que não concorda, rendeu-se a sapatos apertados e gravatas tão simbólicas quanto os colarinhos que as sustentam, de calça larga, que traduzem os pensamentos mais avantajados ainda, por não caberem naquele rosto machucado por uma rotina de gilete forçada com preço de personalidade comprada e programada, para todo dia dizer sim.
Já podado o curto cabelo reclama por hoje sentir a liberdade somente abaixo da raiz.
Devagar os passos sincronizaram-se e os olhares pousaram na atmosfera rara e rápida deste flerte. Os múltiplos se convergem e a as bocas abrem-se para manter os segundos.
A pasta cai até a cintura e a gravata se abre num esforço libertário.
Um só corpo da os passos seguido por estridente motocicleta rápida estrupando a cena.
Eles que vinham, partem, e já são a sequência da calçada que se esfria vazia e sem marcas

sábado, 16 de maio de 2009


Cidades

Abrupto

O corrupto dos dias

Vias trancadas

Amarradas malogro

Rosto ogro

Minuto magro

Flagro na Iris

A demência

É a cidade

Vum

Vrum

Vão

Irão

Todos

Sem rumo

Prumo do caos

Sou advogado réu acusador

Deste não ser

De tanto ser

Ruas

Nuas

Cores odores

Anônimos

Cidade

Identidade sem rosto

Vão

Irão

Saem entram

Caem morrem limpam

Correm nascem

São ruas são praças

São gravatas

Placas

Sem nome

Vão

São

Sem ser

Cidade

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Novo Alento

Novo Alento

Alento

Minha alma foge do relento

Tive uma senda nesta faculdade

Perto da solidão

A maldade é divertimento

No fluxo do sentimento

Um céu

Ouro

Um rosto

Teu

Alento

Hoje um firmamento

Nossas mãos

E como falo de amor

E da boca venero

O que mais quero

A vida neste ardor

Alento que construo

No mutuo

Adeus ao luto

Em que luto ?

Para continuar a te amar